Perante a atual situação de seca que Portugal, e o Alentejo em particular, tem vindo a atravessar, a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), com o propósito de informar os 15 municípios seus associados, está a monitorizar de perto a evolução da disponibilidade de água nas bacias hidrográficas que alimentam a região.

Nesse sentido, no passado dia 10 de fevereiro, a CIMAA apresentou, em sede de reunião do Conselho Intermunicipal do Alto Alentejo, perante representantes de todos os municípios associados, um ponto de situação sobre o momento de seca atualmente vivido no território, baseado em informações obtidas junto das autoridades competentes – Águas do Vale do Tejo (AdVT), Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Associações de Regantes do Caia e Vale do Sorraia (Montargil e Maranhão .

Com base em dados recolhidos no início do mês de fevereiro verifica-se que não há, neste momento, barragens no Alto Alentejo com níveis de água abaixo dos 40% da sua capacidade. A Barragem da Póvoa apresenta níveis entre os 41 e os 50%, as barragens de Maranhão, Abrilongo e Caia entre os 51 e os 60% e as barragens de Apartadura e Montargil entre os 61 e os 80%.

De acordo com os mesmos dados, para todo o território nacional, das 61 albufeiras monitorizadas, nove apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total, 14 têm disponibilidades inferiores as 40% e as restantes encontram-se entre os 40 e os 80% do volume total. Em fevereiro de 2022 a bacia hidrográfica do Tejo apresenta um nível de armazenamento inferior à média de armazenamento entre 1990/91 e 2020/21. A bacia hidrográfica do Guadiana apresenta um nível de armazenamento dentro da média do mesmo período em análise.

Sobre esta situação de alerta, o Presidente da CIMAA, Hugo Hilário, afirma que “no decorrer da atual situação de seca no país, das preocupações suscitadas por essa situação, e dos vários pedidos de informação feitos à CIMAA e aos municípios relativamente à capacidade de abastecimento público de água no Alto Alentejo, temos vindo a acompanhar com atenção a evolução da disponibilidade hídrica nas albufeiras das bacias hidrográficas do Tejo e do Guadiana que garantem abastecimento ao Alto Alentejo”.

Face à inquestionável realidade das alterações climáticas que se verificam em todo o mundo, e que no Alentejo se têm manifestado através de progressivos processos de seca e desertificação, importa apelar a todas as populações do Alto Alentejo para que sejam sensíveis ao período particularmente delicado que vivemos.

Sendo o Alto Alentejo um território eminentemente rural, com atividades agropecuárias de enorme relevo para a nossa economia, a água é um absolutamente essencial para o regadio de campos, pastos e culturas e para a alimentação e hidratação de gado, que estão no centro das nossas atividades económicas”, continua Hugo Hilário. É, por isso, essencial que todos os alto-alentejanos façam um uso responsável e sustentável deste recurso tão precioso para todos nós.

A CIMAA decidiu ainda, por unanimidade, apresentar ao Governo, através do Ministério da Agricultura, um pedido de tomada de medidas de mitigação dos efeitos da seca nas atividades agropecuárias, após ter auscultado as associações e entidades representativas do setor, considerando a importância  económica de que se revestem para o território  Alto Alentejo.