A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) participou esta quinta-feira, 23 de fevereiro, na conferência “Inovação e Sustentabilidade: Territórios com Futuro”, organizada pelo Jornal Expresso, no Instituto Politécnico de Portalegre, a propósito das celebrações do 50º aniversário do jornal.
A CIMAA começou por apresentar uma visão geral do Alentejo, destacando várias linhas estratégicas nas quais se tem apostado para o desenvolvimento do território. Desde logo a aeronáutica, nas áreas da produção, manutenção e formação, através de um cluster aeronáutico que conta com dois polos significativos nos aeródromos de Évora e Ponte de Sor.
No setor agroalimentar referiu-se o salto dado em frente no sentido de afirmar o seu potencial produtivo de azeite, vinho, oleaginosas, hortofrutícolas, pequenos frutos, frutos de casca rija, entre outros produtos.
Apontou-se também à necessidade de investir cada vez mais em estratégias e projetos de mobilidade rodoviária e ferroviária, que acabem definitivamente com as assimetrias de acessos e infraestruturas no Alentejo, por comparação com o resto do país, e que ainda hoje se afiguram como uma das maiores condicionantes ao cabal desenvolvimento de todo o território.
Já no painel da conferência a CIMAA aproveitou para se centrar nos avanços e estratégias do Alto Alentejo em matéria de desenvolvimento e sustentabilidade. Desde logo a Barragem do Pisão, que se apresenta como projeto estruturante para o desenvolvimento do Alto Alentejo, garantindo, pela conjugação dos esforços de 15 municípios, o abastecimento público de água, a introdução de novas culturas agrícolas e a produção de energia limpa a partir de centrais fotovoltaicas, contribuindo para a neutralidade carbónica.
É precisamente no caminho para essa sustentabilidade ambiental que a CIMAA destacou a sua voz ativa no processo de construção do Plano Ferroviário Nacional (PFN), neste momento em fase de consulta pública, e que contará com os contributos da CIMAA para tornar a ferrovia mais central no território.
Nesta linha estão também as agendas mobilizadoras, recentemente aprovadas no âmbito de candidatura ao PRR e que serão fundamentais para o desenvolvimento de todo o Alto Alentejo.
Por outro lado, foram destacadas as necessidades de investimento em acessibilidade de domínio digital, trabalhando pelo reforço das capacidades de investigação e inovação tecnológica, o aproveitamento das vantagens da digitalização para cidadãos, empresas e entidades públicas, o reforço da competitividade e modernização das PME e o desenvolvimento de competências digitais empreendedoras. Só assim é possível atraí e fixar pessoas e investimentos.
Para o que o desenvolvimento do Alto Alentejo seja, não apenas holístico, mas também feito em linha com o resto da Europa, explicou-se também que a Estratégia de Desenvolvimento Territorial do Alto Alentejo 2030 considera as orientações do Plano Regional e das estratégias europeias e que o Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial garantirá verbas específicas para os vários pilares do território como o património, a educação, a ação social ou a proteção civil, entre outros.